A companhia já havia comunicado em fevereiro que estava provisionando em seu balanço US$ 1,5 bilhão para cobrir custos de investigações regulatórias nos três países.
A gigante de commodities anglo-suíça Glencore informou ontem que chegou a acordos com autoridades dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil para encerrar investigações de corrupção e manipulação do mercado. Os pagamentos totais ultrapassam US$ 1 bilhão.
No caso do Brasil, a companhia concordou em pagar US$ 39,6 milhões (R$ 190 milhões) referentes a um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) relacionado a alegações de suborno citadas em uma das fases da Operação Lava Jato. Quando o nome da empresa surgiu nas investigações sobre pagamentos de propinas, a multinacional negou ter feito pagamentos ilegítimos.
A companhia já havia comunicado em fevereiro que estava provisionando em seu balanço US$ 1,5 bilhão para cobrir custos de investigações regulatórias nos três países.
Do total a ser pago pela Glencore, mais de US$ 700 milhões são fruto de acordos com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Outros US$ 333 milhões serão pagos à Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês). As investigações envolviam acusações de suborno e de manipulação do mercado.
Os acordos de confissão celebrados com o Departamento de Justiça preveem a nomeação de um monitor de conformidade independente por um período de três anos.
A empresa também informou que vai se declarar culpada de acusações no escritório de fraudes do Reino Unido (SFO, na sigla em inglês). Nesse caso, a multa a ser paga será determinada após uma audiência previamente marcada para 21 de junho.
Sobre acusações similares que ocorrem na Suíça e na Holanda, a empresa informou que os resultados das investigações permanecem “incertos” e que não há novas informações a respeito
Má conduta
Em comunicado divulgado ontem, Kalidas Madhavpeddi, presidente do conselho da companhia, afirmou que “a Glencore hoje não é a empresa que era quando as práticas inaceitáveis por trás dessa má conduta ocorreram”.
O CEO Gary Nagle disse que a empresa reconhece a má conduta do passado e que tem cooperado com as autoridades. Ele destacou que a companhia criou um programa de ética e de responsabilidade para garantir controles eficazes em todos os locais onde atua.
Fonte: O Estado de S. Paulo